Disciplina de Português do 12.º Ano
Melhoria da expressão oral e escrita
A revisão da Estrutura Curricular contemplou um reforço horário para o ensino da
disciplina de Português do 12.º ano, sendo-lhe destinados, por semana, no mínimo, 200
minutos. No Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, consignou-se, no artigo 17.º, que «a
carga horária da disciplina de Português no 12.º ano dos cursos científico-humanísticos deve
ter em consideração a melhoria da expressão oral e escrita dos alunos».
As reflexões que se seguem decorrem do reforço dessa atenção, competindo
entretanto a cada professor tomar as opções pedagógicas e didáticas que considerar mais
eficazes para a aprendizagem dos seus alunos. Sugere-se que as orientações referidas sejam
especialmente tidas em conta na organização de exposições e debates (Oralidade) e na
produção de textos expositivos e argumentativos (Escrita).
Sugere-se o reforço de treino dos seguintes procedimentos: a) preparação do texto a
escrever; b) planificação e estruturação do discurso; c) textualização, de preferência
individual. Nos textos a produzir devem ter-se em especial consideração os aspetos que se
seguem, com as adequações necessárias às respetivas situações de Oralidade e Escrita.
1) Respeito por cinco princípios essenciais:
a) simplicidade: vocabulário preciso e objetivo; frases construídas com os seus
termos na ordem direta;
b) clareza: total ausência de ambiguidade, de segundos sentidos;
c) organização da informação de modo a contribuir para a clareza: uma ideia
central em cada parágrafo e não mais do que uma ideia simples em cada período;
d) concisão: expressão de ideias e conceitos com exatidão e o menor número de
palavras possível, indo de forma direta aos pontos fundamentais a transmitir;
e) em textos expositivos orais e escritos, clara distinção entre informação e
opinião, com valorização da primeira; em textos argumentativos, orais e escritos,
definição inequívoca de um ponto de vista, fundamentação da perspetiva adotada
em argumentos pertinentes, e ilustração dos argumentos com exemplos
significativos;
2) Respeito pelo tema proposto, sem desvios;
3) Mobilização de informação pertinente acerca do tema em causa;
4) Produção de um texto ou de uma exposição bem estruturados: clara identificação
das três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), com marcação correta de
parágrafos e utilização adequada de conectores diversificados e de outros mecanismos
de coesão textual;
5) Utilização da língua com correção ao nível da ortografia, da pontuação, da
propriedade lexical, do registo de língua, da sintaxe, do cumprimento das regras de
citação de texto e da referência a títulos de obras e de textos.
No caso de textos escritos, a revisão do texto é a fase final. Ela deve visar a
simplicidade na apresentação das ideias; o reforço da clareza e de uma adequada concisão; a
correcção de expressão, nomeadamente evitando coloquialismos.
No caso de textos orais, deve ser assegurado o respeito pelos princípios de cortesia e
de cooperação, salientando-se a regulação no uso da palavra e a máxima do modo ao nível
dos aspetos paralinguísticos (tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, olhar
e pausas).
Refira-se, ainda, que o tratamento de temas comuns na Oralidade e na Escrita
desencadeia sinergias proveitosas, que contribuirão para a melhoria da aprendizagem nestes
domínios.
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